BLOG DA THAYS

Bem vindos! Entrem e naveguem à vontade.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Reflexões em tempos de isolamento social

Olá!

Faz tempo desde a última postagem, mas de repente me veio a lembrança desse espaço criado para refletir sobre os assuntos relacionados a Arte e a questões que considero relevantes.
Bem, estamos já em abril de 2020! Oh! Desde 2013 não tinha postado nada por aqui...
As chamadas redes sociais (facebook, whatsapp, instagram, telegram...) se tornaram âncora da vida social e familar, dos pensamentos, da vida, dos desejos e de tudo que as pessoas pensam, fazem, planejam... Tem grupo em rede social para tudo que se possa imaginar.
Mas, infelizmente, a humanidade está vivendo um de seus piores períodos por conta do surgimento de um vírus chamado COVID-19 e conhecido como coronavírus por conta do formato semelhante a coroa em sua visualização.
O coronavírus fez com que mudássemos radicalmente, da noite para o dia, nosso modo de viver.  não se cumprimenta apertando as mãos, abraçando, com beijinho no rosto. A ordem é ficar pelos menos dois metros de distância da outra pessoa.
Estamos vivendo o chamado isolamento social, que quer dizer que as pessoas foram orientadas a não sair na rua sem necessidade, os trabalhos presenciais considerados como não essenciais estão suspensos. Isso mesmo! As escolas públicas e privadas estão fechadas, comércios, lanchonetes, instituições públicas e privadas também estão fechadas e com ordem de multa caso venham a abrir. Algumas escolas estão com aulas online e os alunos que não tem como participar das aulas e fazer as atividades terão um planejamento diferenciado no retorno que não se sabe quando será. 
De repente tá tudo diferente, os simples almoços em família do qual muitos reclamavam que não gostavam de ir estão fazendo falta (a páscoa teve outro significado esse ano). Aquela conversa com os vizinhos e aquela visitinha de fim de tarde para um cafezinho estão suspensas. O bebê da sua amiga nasceu você verá por fotos e nem mesmo os familiares poderão fazer uma visita.
Os idosos, os hipertensos, os diabéticos, as grávidas e pessoas com doenças crônicas fazem parte do grupo de risco, e em toda família temos essas pessoas, então ainda que outros não se encaixem é necessário proteger essas pessoas evitando o contato com o ambiente externo. A ida à missa, ao culto, ao terreiro, ao centro estão fazendo falta. É, todas as instituições religiosas estão fechadas. Os momentos religiosos estão sendo transmitidos pelo youtube, facebook, instagram, até mesmo aulas estão sendo ministradas por meio desses canais de comunicação. Uma simples ida ao supermercado é algo considerado perigoso, tanto que a recomendação é uma pessoa por família e que vá de máscara e ao chegar tome todas as precauções antes de entrar em casa - retirar os sapatos, não tocar em nada e ir direto para o banho.
O mundo mudou rapidamente, sabe aquele passeio até a praça... pois é, terá que esperar passar a pandemia - esse é o termo cientificamente correto a ser empregado para denominar o período pelo qual a humanidade está passando. Os shows, as missas, os cultos são feitos através de lives, que consiste em montar um espaço e fazer a transmissão através da internet em um dos meios citados anteriormente. Quase todos os trabalhos nos quais passávamos no mínimo 8h por dia passaram a home-office ou trabalho remoto, no qual você dedica o tempo que seria presencial realizando suas atribuições pelas plataformas digitais e até mesmo pelas redes sociais. Ah, e as reuniões passaram a ser via web conferência pelo hangouts meet e outros aplicativos ou plataformas. 
Milhares de pessoas morreram por causa desse vírus. E não puderam ter um sepultamento digno pelo medo do contágio às outras pessoas. No Brasil já foram mais de 2.500 mortes causadas pelo coronavírus com 6 confirmações de morte no Acre. Sabe o que é ver alguém chorando porquê não teve a oportunidade de velar seu ente querido? Sabe o que é ouvir que seu ente querido está sendo enterrado numa vala junto com muitas outras vítimas do coronavírus porquê não tem espaço nos cemitérios? Sabe o tamanho da dor em saber que o corpo de seu ente querido está aguardando dentro de um container por um local para ser cremado ou sepultado? Sabe o que é ter medo de falar com as pessoas na rua? Sabe o que é ir ao supermercado de máscara e com álcool gel como se fosse uma garrafinha de água e quando chegar em casa desinfetar até a sacola do mercado? Sabe o que é ter que ficar em casa com medo de que o coronavírus tenha sido passado a você ou a alguém da sua família? Sabe o que é sentir dor no coração por conta das pessoas que necessitam trabalhar para trazer o sustento e não tem como se prevenir dessa doença? Sabe o que é diante de tudo isso e mais um pouco que não tenho como relatar aqui, ver pessoas menosprezando, brincando e se aproveitando da situação? Sabe o que é ver pessoas pedindo ajuda para comprar alimento porquê seu trabalho que garantia o sustento de sua família não pode ser feito? Sabe o que é não ter a mínima ideia de quando tudo isso vai passar e vamos voltar à normalidade?
Os médicos, enfermeiros, técnicos e demais profissionais da saúde estão em turnos intermináveis e não conseguem dar conta da quantidade de casos. Isso no mundo inteiro! Os estádios de futebol foram transformados em hospitais de campanha, além de outros espaços como centros de convenção. Sim, todos os torneios de futebol foram cancelados, inclusive os Jogos Olímpicos que aconteceriam esse ano no Japão foram adiados para 2021 com possibilidade de adiar novamente.
Surgiram, ainda bem, muitas correntes do bem. Grandes e pequenas empresas passaram a produzir um dos itens que ajuda na prevenção ao coronavírus que é o álcool 70 e também a produzir respiradores, máscaras e material para os hospitais no intuito de ajudar os profissionais de saúde. As lives que citei arrecadam alimentos em grandes quantidades tanto de empresas quanto de pessoas bem intencionadas e os artistas fazem doações maravilhosas em alimentos e em dinheiro para instituições que realmente necessitam. Apesar das dificuldades os casos de solidariedade estão aumentando, apesar de ter aqueles que fazem para alimentar seu ego. 
Estamos vivendo um tempo de incertezas, discussões e intensa briga entre ciência e poderes políticos. As pessoas que estão curadas ainda não se tem certeza se estão imunes e se apresentarão alguma sequela da doença. A busca pela cura é intensa, mas os caminhos estão sendo árduos. As pessoas querem sair, se divertir, se encontrar com os amigos, festejar os aniversários... mas, resultado dessas atitudes estão aparecendo e deixando todos ainda mais receosos. Há quem diga que os governantes estaduais e municipais estão ferindo o direito de ir e vir enquanto na verdade estão querendo preservar o direito de viver, mas o representante máximo da nossa nação acredita que se trata de um vírus comum e fácil de ser combatido e que todos deveriam voltar as suas atividades normais, exceto os idosos e pessoas com doenças crônicas.
É triste ouvir os relatos dos ambulantes, os diaristas e autônomos e não poder direcionar a algo seguro, pois ou trabalham e correm o risco de adoecer ou não trabalham e correm o risco de não ter o que comer.
O lema desse período começou com "fique em casa!", mas mudou para "fique em casa, se puder". Só que mesmo quem pode insiste em não ficar e isso está trazendo consequências assustadoras para todos. Muitas pessoas nunca tinham ficado tanto tempo em casa com seus filhos, seus cônjuges ou seus pais. Para muitos está faltando assunto e para outros está faltando o que comer. 
Dizem "você só defende o isolamento porquê tem o seu salário na conta, eu tenho que correr atrás do meu!". Poxa! Ser funcionário público e ter o seu salário não deveria desqualificar ninguém, ao contrário, deveria ser motivador. Se é funcionário público e tem seu salário na conta isso não veio de graça, houve esforço e o mérito da pessoa por favor não sejam injustos.
Os ânimos estão aflorados de tal maneira que quem defende o isolamento social é chamado de preguiçoso e quem é contra é chamado de propagador de doença.
E eu só peço a Deus que proteja os meus e a mim... que livre a humanidade desse vírus, de outros que venham a surgir  e que possamos voltar às nossas atividades.  

Esse relato é a minha reflexão pessoal sobre esses dias de isolamento social. Não tomem como ataque a ninguém, muito menos como bandeira política, pois para mim o que importa é voltarmos ao convívio social com segurança e que TODOS estejam lá!



Um comentário:

  1. Concordo com cada palavra que você disse. Esse é um momento muito delicado, não há heróis e nem vilões, mas pessoas diversas...

    ResponderExcluir