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sábado, 18 de agosto de 2012

Origem do Teatro Grego


O TEATRO GREGO


Surgimento do teatro grego:
As origens do teatro grego tem base nos valores estéticos e criativos, nas ações recíprocas de dar e receber, prendendo os homens aos deuses e os deuses aos homens. Sua origem está ligada aos mitos gregos arcaicos e à religião grega
O teatro grego surgiu a partir da evolução das festas em honra ao deus Dioniso, o deus do vinho, da vegetação, procriação e que proporcionava uma vida exuberante.
O período do séculos 6 a.C. a 5 a.C. ficou conhecidos como o “Século de Ouro” do teatro grego, pois a cultura grega atingiu o auge tendo em Atenas o centro das manifestações teatrais juntando autores de todos os cantos da Grécia em festas de veneração a Dioniso.
O que inicialmente era um bando de gente cantando e dançando, com o passar do tempo vai se transformando em grandiosas representações da vida do deus. Os ritos dionisos se desenvolveram com o passar do tempo e resultaram em tragédia e comédia, e Dioniso se tornou no deus do teatro.
O teatro foi o setor mais importante da literatura grega. As peças eram apresentadas em locais abertos, cuja construção se assemelhava aos modernos estádios de futebol. Na plateia, homens, mulheres e crianças acompanhavam atentamente as apresentações, que podiam durar dias e dias. Ir ao teatro era uma forma de se educar, era como ir à escola.
Os atores eram sempre homens, mesmo quando os papéis eram femininos, pois em quase todas as polis, as mulheres não subiam ao palco para representar. 

O trajeto da Tragédia:
Tragédia, do grego “tragoidía” ‘tragos’=bode e ‘oidé’=canto. O canto ao bode é uma manifestação ao deus Dioniso, que se transformava em bode para fugir da perseguição da deusa Hera, algumas vezes esses animais eram sacrificados em homenagem ao deus.
Se tratavam de histórias dramáticas que foram incorporando a dança e o canto para mostrar a contradição da benevolência e do horror de Dioniso (a encarnação da embriaguez e do arrebatamento).
Era constituída por cinco atos e, além dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da moderação, face à exaltação dos protagonistas.
Os principais autores da tragédia grega foram:
v  Ésquilo, a quem a tragédia grega deve seu ponto de perfeição artística e formal. Ele incorporou o conceito de democracia em suas obras e acredita-se que tenha escrito em torno de noventa tragédias, porém apenas setenta e nove títulos chegaram ao conhecimento do público da contemporaneidade. Em Prometeu Acorrentado, o autor representa o conflito entre o poder dos deuses e a vontade humana, protagonizado por um filho de Titãs que rouba o fogo dos deuses para dar aos mortais.
v  Sófocles escreveu verdadeiras composições poéticas à democracia, pregando abertamente que somente ela poderia aproximar os homens dos deuses. Dos cento e vinte três dramas que escreveu, apenas sete tragédias e os restos de uma sátira chegaram até nós. Tem seu ápice em Édipo Rei ao envolver uma situação complexa na qual Édipo vem ao mundo com o dever de matar Laios, seu próprio pai e se casar com própria mãe e quando descobre toda a verdade arranca os próprios olhos e essa relação conflitante de amor e ódio serviu como base para Freud desenvolver a psicanálise.
v  Eurípedes é visto por muitos como o primeiro psicólogo, pois se dedicava ao estudo das emoções na alma humana, principalmente nas mulheres. Ele concede a suas personagens o direito de hesitar, de duvidar, Aristóteles o chamou de o "maior dos trágicos", porque suas obras conduziam a uma reflexão - catarse - que os demais trágicos não conseguiam. Entre suas obras está Medeia, uma tragédia que foca o papel da mulher na Grécia antiga, considerada como fraca e tinha por obrigação cuidar de casa e dos filhos. Na obra, o coração partido e humilhado de Medeia abre espaço ao ódio e por vingança tira do seu ex-marido a sua família, matando até seus próprios filhos.
Conclui-se que Ésquilo via a tentação do herói trágico como um engano que condenava a si mesmo pelos próprios excessos. Entretanto, Sófocles superpõe o destino da malevolência divina à disposição humana para o sofrimento e Eurípedes rebaixa a providência divina ao poder cego do acaso como um cético que duvidava da existência da verdade absoluta.
As tragédias gregas mostravam como os homens passavam por momentos horrendos por não aceitar a vontade divina.

Origem da Comédia Grega
As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras, que são gozações da vida. Sua origem é a mesma da tragédia: as festas ao deus Dioniso. A palavra comédia vem do grego "komoidía" ‘komos’=festas, farras e oidos=poeta, cantor. Foi um período em que a liberdade de expressão atingiu um valor imenso, porém apenas os homens tinham direito a participar, enquanto que as mulheres e os escravos não poderiam fazer.
As procissões realizadas nas festas ao deus Dioniso, na comédia, eram em duas formas: em uma, os jovens saíam fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas e brincando diretamente com as pessoas e na outra faziam uma celebração da fertilidade da natureza. E mesmo as representações da comédia sendo realizada nas festas dionisíacas, ela era considerada um gênero menor que a tragédia.
A comédia grega foi marcada por dois períodos: a comédia antiga e a comédia nova.
Na comédia antiga (ática) a intenção era satirizar personalidades vivas até mesmo os deuses, além de fazer alusões jocosas aos mortos. Os atores usavam máscaras e as retiravam nos intervalos e falavam com o público para definir a conclusão da primeira parte.
Aristófanes foi o autor destaque no período da comédia antiga, ele era ligado ao partido aristocrata e combatia a demagogia e um dos principais méritos de suas obras consiste no diálogo vivo e inteligente, agudez nas paródias, na criatividade das cenas e no lirismo de seu coro.
Com a rendição de Atenas a Esparta, na Guerra do Peloponeso, a democracia teve fim e com ela a comédia ática, surgindo a comédia nova, com uma temática em torno de problemas sentimentais, intrigas, brigas e todos os tipos de costumes de situações cotidianas, com uma linguagem mais comportada e sem as sátiras violentas. As personagens eram as pessoas do povo, como os escravos, militares, cozinheiras e alguns nobres.
Um dos autores que mais bem representa esse período é Menandro, considerado o principal comediógrafo dessa fase, mais de 100 peças chegaram até nosso conhecimento, cuja força reside na caracterização, na motivação das mudanças internas, o coro já pouco presente na comédia antiga desaparece completamente nas obras de Menandro. Em “O misantropo” se encontram valores ligados a uma concepção racionalista de política social que proporcionaria uma reforma nos costumes de Atenas.
A comédia antiga e a comédia nova possuem muitas diferenças, na primeira o coro tem seu espaço resumido e na outra desaparece completamente. As temáticas na comédia antiga fazem sátiras violentas, linguagem chula e relações humanas, enquanto que na comédia nova se utiliza uma linguagem comportada, mostrando as emoções do ser humano.



Tragédia X Comédia
Tragédia:
•Estilo nobre e elevado, que desperta, fatalidade, purgação, compaixão, piedade, terror.
•Herói: Rei, pessoas ilustres e com poder, etc.
•Fundamentava-se na temática mitológica.
•Júri composto por pessoas escolhidas pelo magistrado. Pessoas de famílias aristocráticas e que se destacavam na sociedade.
Comédia:
•Retratação de aspectos caricaturados ou fantásticos;
•Herói: Palhaço, bobo, inocente, santo, idiota, trapalhão, fingidor, etc.
•Não possuía nenhum padrão rígido de fundamentação mitológica. Elaborava críticas ao político, governantes e costumes da época.
•Júri composto por cinco pessoas da platéia escolhidas por sorteio.



REFERÊNCIAS:

ALENCAR, Valéria Peixoto. Teatro grego: diferenças entre tragédia e comédia. Disponível em http://educacao.uol.com.br/artes/teatro-grego-diferencas-entre-comedia-e-tragedia.jhtm Acesso em 15 de agosto de 2012.
BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro, 4ª. ed,  São Paulo, Perspectiva, 2008.
CARLSON, Marvin. Teorias do teatro: estudo histórico-crítico, dos gregos à atualidade. Tradução de Gilson César de Souza. São Paulo, Fundação Editora da UNESP, 1997.
MOTA, Mota. Imaginação dramática, 1ª. ed, Brasília, 1998.
SANTOS, Fabiana G. Teatro Grego, tragédia e comédia. Maio de 2012. Disponível em http://fabianaeaarte.blogspot.com.br/2012/05/teatro-grego-tragedia-e-comedia.html Acesso em 16 de agosto de 2012.

WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Teatro Grego. Junho de 2011. Disponível em  http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_na_Gr%C3%A9cia_Antiga Acesso em 16 de agosto de 2012.