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domingo, 23 de agosto de 2009

Análise do poder de manipulação da mídia, através da resenha de O quarto poder e Muito além do cidadão Kane

por: Thays Mara
Licenciatura em Artes Visuais - 7º bimestre
Tecnologias Contemporâneas na Escola 3

O filme O quarto poder e o documentário Muito além do cidadão Kane abordam um tema muito complexo, o poder das informações veiculadas na mídia e a forma com que chegam aos telespectadores.
O quarto poder se passa na cidade interiorana de Madeline, na Califórnia onde um repórter, Max Brackett (interpretado por Dustin Hoffman) busca uma matéria que o ajude a conseguir seu antigo emprego na sede da emissora em NY, de onde foi demitido devido a um problema com Ikelvin Hollander (interpretado por Alan Alda), repórter da mesma emissora e se envolve em um suposto sequestro realizado sem intenção por Sam Baily (John Travolta).
O documentário Muito além do cidadão Kane, aborda questionamentos sobre a credibilidade das notícias publicadas pelas emissoras de televisão, principalmente a Rede Globo, desde sua fundação.
Os personagens principais do filme são Max Brackett (Dustin Hoffman), Sam Baily (John Travolta), Laurie Callahan (Mia Kirshner), Ikelvin Hollander (Alan Alda). Em Muito além do cidadão Kane, o personagem principal é Roberto Marinho, mesmo que alguns outros donos de emissora sejam citados.
No início do filme, Max Brackett após uma tentativa frustrada de fazer uma reportagem com o dono de um banco é enviado junto com a estagiária Laurie Callahan ao Museu de História Natural para fazer a divulgação dos motivos que levariam, possivelmente, a diretora a fechar as portas de seu museu. Após a pequena entrevista, a estagiária se retida do lugar e Max continua, enquanto isso Sam entra no museu, levando uma arma e uma sacola de explosivos, para fazer uma tentativa de reaver seu emprego de guarda. A partir daí se inicia a trajetória de um desempregado buscando seu emprego e um repórter buscando a reportagem de sua vida.
Nas primeiras imagens divulgadas, Sam é visto como um bandido, porém após a entrevista concedida a Max a população compreende os motivos de Sam e percebe que ele não é um bandido. Mesmo tendo feito crianças de refém, eles se divertem brincando juntos, contando histórias, comendo guloseimas e interagindo com os elementos do museu.
Ikelvin Hollander, a princípio, não demonstra interesse na história de Max, mas quando percebe a repercussão do acontecimento encontra uma forma de ganhar a matéria de Max e divulgar Sam como um bandido perigoso, atrapalhando os planos de Max e fazendo com que se observe uma imagem ruim e de alta periculosidade de Sam. Daí se vê como a mídia pode manipular a opinião pública e os artifícios que usa para conseguir o que deseja.
O documentário de Simon Hartog, de 1993 produzido para a emissora Channel Four, no Reino Unido visa mostrar a posição dominante da Rede Globo e sua forma de dominar através das imagens que publica. Roberto Marinho é mostrado como um homem que está sempre ao lado do poder dominante e ainda que é volúvel, muda de opinião e mostra diferentes ideologias de acordo com a necessidade e a audiência que poderá conseguir.
As situações abordadas no documentário são o possível envolvimento de apoio da emissora apoiando a Ditadura Militar, a cobertura do movimento das Diretas Já, em 1984, o apoio a candidatura de Fernando Collor de Melo direcionando a votação com o debate que houve entre o mesmo e Luis Inácio Lula da Silva, as temáticas das novelas e dos noticiários. A Rede Globo é colocada como o maior veículo de comunicação de massa, portanto, a responsável pela divulgação das notícias. Porém essas divulgações seriam organizadas e reformuladas de acordo com a ideologia de Roberto Marinho.
No filme, o papel da mídia seria mostrar a verdadeira intenção de Sam Baily e era o que Max tentou fazer de forma errônea. Mas quando outros que não conheciam a real situação foram envolvidos o fato se tornou uma tragédia sem controle e teve um desfecho ruim, devido a pressão da mídia com as imagens que divulgou.
Os fatos do filme possuem relação com a realidade, visto que a opinião pública busca base nas informações que encontra na TV, sem pesquisar ou dar importância ao início do tema gerador da polêmica e os acontecimentos anteriores ao problema, pois o que importa é conseguir audiência. Exemplo disso são os atuais escândalos políticos, que há décadas atrás tiveram início e somente agora estão sendo mostrados devido ao posicionamento político do país atualmente.
O documentário possui relação com o filme devido ao fato de que os dois mostram como a mídia pode manipular a opinião pública e espalhar sua ideologia. A reação do telespectador varia de acordo com a maneira que os fatos são retratados pela TV.
Em meu ponto de vista, o documentário possui histórias reais e histórias falsas. Antes de divulgar algo há a reformulação e a edição, como se vê no filme, e nesse momento os fatos estão nas mãos de quem tiver no comando, ou seja, a forma mais antiga do mundo a vantagem de quem pode pagar mais. E o documentário fornece apenas informações que denigrem a imagem de Roberto Marinho e da Rede Globo, pois é de conhecimento de todos os benefícios da Fundação Roberto Marinho e outros programas assistenciais mostrados e patrocinados pela emissora.
No documentário há uma tentativa explícita de manipular a opinião pública para que se revolte e deixe de ver os programas da TV Globo. Poderiam ter mostrado os pontos positivos e os negativos para que o telespectador decidisse por si mesmo e não pelas situações mostradas como verdades absolutas.


Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beyond_Citizen_Kane
http://www.webcine.com.br/filmessi/quartopo.htm

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